Chegou a altura de os pais prepararem os filhos para o regresso à escola.
Vem ai os choros, birras e muita agitação
Fim das férias, novos colegas, outra escola ou um professor desconhecido. Impossível é não tremer de medo no primeiro dia de aulas. O inicio do ano letivo assusta veteranos a caloiros. É bom que os pais se preparem para enfrentar birras pela manhã, choros no momentos da separação. Inseguranças e descargas de adrenalina. Não é de um dia para o outro que os novos ritmos entram no quotidiano dos miúdos ” A vantagem é que, de uma forma geral, as crianças lidam mais fácil com mudanças do que os adultos” diz Cláudia Leal.
O processo de adaptação ao regresso as aulas pode demorar entre 15 a 30 dias, mas são necessários alguns cuidados para facilitar a mudança de ritmos, horários e responsabilidades que as crianças vão ter a partir da segunda semana de Setembro. As férias estão a terminar, o tempo para as brincadeiras será mais curto e o inicio do ano letivo tem de ser preparado com alguns dias de antecedência. Estabelecer em conjunto com os filhos horários para dormir, estudar e brincar é a primeira etapa : ” A definição das regras deve ter a participação das crianças pois é a melhor forma de promover o seu sentido de responsabilidade, já que são parte ativa deste acordo” revela Cláudia Leal.
O regresso a escola provoca um conjunto de sensações que podem ir da excitação à ansiedade extrema. Cada caso é um caso, alertam os especialistas, mas o mais importante é não menosprezar as inseguranças dos miúdos. ” Os pais devem começar por preparar os filhos para o primeiro dia de aulas, explorando não só eventuais receios mas também valorizando os aspectos positivos, como, por exemplo, rever velhos amigos, fazer outras amizades, aprender novas matérias e conhecer novos professores”.
Receitas para ajudar os mais novos a enfrentar esta nova etapa há muitas, mas enganam se os pais que julgam ter poder para proteger os filhos de todos os males. ” São as crianças que tem de aprender a encontrar os mecanismos de defesa para combater a ansiedade” adverte Cláudia Leal. Há porem casos mais difíceis que outros : “Se sentem os filhos extremamente ansiosos, o melhor é acompanharem nos até a chegada do professor responsável, explicando-lhes que podem recorrer a ele sempre que precisarem”.
O inicio do ano escolar é sempre a fase mais complicada, sobretudo quando as crianças vão para a escola pela primeira vez, transitam do 1º para o 2º ciclo ou mudam de estabelecimento de ensino ” Durante este período os educadores podem acompanhar as crianças a sala de aula para que se sintam mais protegidas” explica Cláudia Leal, sem exageros. Prolongar a presença dos pais na escola é o pior dos erros : ” Os educadores devem ir prontamente embora, mesmo que isso signifique choro e drama.”
Quanto mais tempo ficar, mais penoso será para os miúdos. Ceder à tentação de ir buscar o filho mais cedo a escola é outro comportamento a evitar, avisa a psicóloga : ” isso só contribui para tornar a adaptação mais lenta e difícil”. As crianças mais inseguras são também as que são demasiado “protegidas” : ” È importante deixar os miúdos desenvolverem as suas competências. È um processo gradual que só pode ser feito por elas.”
Lidar com as birras e choros que os miúdos fazem antes de ir para a escola também tem a sua ciência. A primeira regra é não fraquejar. “Se os adultos insistirem na obrigatoriedade de ir as aulas todos os dias, o problema da ansiedade tende a melhorar de forma considerável ao fim de uma a duas semanas. Caso contrario, os dramas avolumam-se como bolas de neve. “As primeiras vezes que os pais exigirem as crianças que vão a escola elas irão desafia-los:” É o momento de mostrar firmeza e não permitir excepções, embora seja necessário também adoptar uma “postura optimista”, facilitando a sensação de conforto sempre que o filho regresse a casa. As manhãs podem ser os momentos mais complicados, e por isso o melhor é estar prevenido. Se a criança faz birras antes de ir para a escola, o melhor é acordar mais cedo para se preparar sem pressas. “Enquanto se preparam os miúdos para a escola, estes podem ficar acompanhados de um brinquedo que gostem muito. O brinquedo assume muitas vezes um papel tranquilizador”.
Por fim, conversar com a criança, incentiva-la a falar dos seus receios é a melhor estratégia para derrotar os seus medos.
Um dos exercícios sugeridos pela psicóloga Cláudia Leal passa por perguntar ao seu filho o que lhe poderá acontecer de pior caso vá para a escola. Mas esta pergunta deverá ser feita sempre num momento em que ela esteja descontraída e nunca antes de ir para a escola. No final devera ser reforçada a ideia de que os pais compreendem a situação mas deixar claro que não ir a escola é a pior solução para enfrentar os problemas.
A ansiedade das crianças face ao ano letivo, porem, não deve ser encarada como um drama. Agir com naturalidade e evitar longas explicações é a forma mais segura de ultrapassar os obstáculos. Boa parte das crianças apresenta dificuldades de adaptação mais por ansiedade dos pais do que por qualquer outro motivo, alertam especialistas. No entanto, quando a inquietação da criança é excessiva ou prolongada, os pais devem ponderar a possibilidade de estar perante uma ansiedade patológica. ” Neste caso aconselha-se a intervenção de um profissional, que poderá diagnosticar e acompanhar a evolução dessa perturbação.” esclarece Cláudia Leal.
Noticia jornal i / sábado 29 de Agosto 2009
Cláudia Leal
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